Queria que existisse um jeito de me esconder dentro de mim. Pra poder fugir de tudo que está acontecendo.
Parece que quando caem gotas do céu, elas resolvem se transformar em uma tempestade, sem aviso prévio. E, o único lugar onde poderia me proteger, não existe mais. Aliás, nunca existiu. Eu que me faço de desentendida e fico dentro das minhas ilusões absurdas.
Que banalidade, achar que um dia tudo pode mudar. Que banalidade, achar que as pessoas que realmente deveriam me entender, me entendem completamente. Que banalidade, pois tudo isso causa o efeito contrário, e assim realmente mudam completamente as soluções, fazendo com que desapareçam.
Sinceramente, eu já cansei disso tudo. Cansei de fingir que tudo está resolvido, quando na realidade, não está nem no meio da resolução. Cansei de ser vista como algo que não sou, e ser julgada por uma coisa que não faz parte de mim.
Realmente, essa é a palavra que define tudo: o cansaço. Ele bate à minha porta constantemente, mas eu finjo não escutá-lo tocando a campainha. Acho que um dia ele vai reagir de uma forma diferente, e ao invés desses atos, ele vai apenas chegar e derrubar a porta, fazendo com que eu aceite de vez a realidade de que ele existe.
O cansaço tem um companheiro, a paciência. Mas, até ela já está no limite. Ela não suporta mais ter que agüentá-lo, na sua busca por mostrar as realidades de uma forma nua.
Só que, entre o cansaço e a paciência, está a fé. A fé é um elemento importantíssimo, porque só nela a esperança se faz presente de que um dia toda essa tempestade acabe.